Mensagem de Emmanuel: 147 – BEM E MAL SOFRER 1.25/5 (4)

147 – BEM E MAL SOFRER

Quando o Cristo disse: Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence, não se referia de modo geral aos
que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas,
ah! poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de
Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a
alma, contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que
não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à
resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para
isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de
posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se
entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas
nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é
raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma
recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem, mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação
gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes
conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa
satisfação: Fui o mais forte.
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua
firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na
Terra, porque depois do labor virá o repouso.
Lacordaire. (Havre, 1863.)
Do Livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Loading