54 – APRIMOREMOS

“Não extingais o Espírito.” – Paulo.
(I TE SSALONICENSES, 5:19.)
Saibamos estender os valores do espírito.
Observa a estrada nobre que te oferece passagem com segurança e lembra-te de que
ainda ontem era trato de terra inculta.
Serpentes insidiosas aí acalentavam a pessoinha que se lhes acumulava no seio,
enquanto vermes famintos se amontoavam no mato agreste.
Mas chegaram braços amigos e abnegados, atentos à disciplina…
Maquinaria enorme trabalhou a cabeleira verde da gleba, harmonizando-lhe as linhas;
picaretas extraíram-lhe os pedrouços semelhantes a flegmões cristalizados; o cimento
pavimentou a trilha aberta, e a organização lhe imprimiu determinada ordem aos
movimentos.
Quantos semblantes suarentos para que a obra surgiss e, quantos dedos quebrados,
quantos lidadores rendidos aos acidentes inevitáveis e quantas inquietações por eles
vencidas, não podes realmente saber, mas podes reconhecer que foi o trabalho
inteligente – luz divina do espírito humano – a força que te facultou a v itória sobre a
distância.
Cada vez que a viagem te suprime ansiedades e poupa aflições, ainda mesmo que, por
agora, não saibas agradecer, a estrada te partilha a tranquilidade e o contentamento,
envolvendo os operários anônimos que a construíram em sublime coro de bênção.
Analisa semelhante lição, encontradiça em cada canto de rua, e não olvides que a
ignorância é também aflitiv a selva no mundo. Abracemos o serviço da educação. e da
bondade, com alicerces na disciplina do Cristo, que é para nós outros, o Engenheiro
Celeste, e tracemos novos caminhos de evolução e de entendimento, em que as almas se
aproximem na exaltação da alegria e na ascensão do progresso.
Não importa sejamos hoje artífices sem nome. Vale o serviço feito.
Humilde réstia de luz que acendermos envolver-nos-á em seu clarão e a pequenina
semente de fraternidade que venhamos a lançar no solo da vida abençoar-nos-á com os
seus frutos.

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