“Os teus olhos são a luz do teu corpo.
Se eles forem bons, todo
o teu corpo terá luz; mas, se eles forem maus, todo o teu corpo
será tenebroso.
Se, pois, a luz que há em ti são trevas, quão
grandes não serão essas mesmas trevas!” (Mateus, 6:22 e 23.
)
Diz um refrão popular que “os olhos são o espelho da alma”.
Isso quer dizer que nossas qualidades anímicas expressam-se ou
dão-se a conhecer pela simplicidade ou má índole com que
olhamos e consideramos os outros, as coisas e os acontecimentos.
Pessoas há que só têm olhos para enxergar o lado mau de tudo.
Desconfiadas, vivem com medo de serem ludibriadas em seus
afetos ou prejudicadas em seus interesses; maliciosas, não
confiam em ninguém e estão sempre a fazer mau juízo do
próximo; pessimistas, encaram os fatos da existência
invariavelmente pelos seus aspectos menos felizes, e, quando
solicitadas a opinar sobre a conveniência de qualquer realização,
só sabem desencorajar, desmerecer, demolir.
Vendo unicamente o mal onde quer que pousem suas vistas,
esperando constantemente o pior de qualquer evento, essas
pessoas mantêm-se em sintonia com o astral inferior, envolvemse
em trevas cada vez mais densas, caem num estado de alma
mórbido e desgraçado, acabando, geralmente, em deplorável
ruína.
Tornam-se, assim, vítimas daquilo que admitem, criam e
nutrem persistentemente em si mesmas.
É de suma importância que aprendamos a ver o bem em todos
e em toda parte, para que o bem se manifeste e cresça em nossa
vida.
Acreditando no bem, mentalizando o bem e esperando apenas
o bem, nossos dias transcorrerão tranquilos e ditosos, pois, como
disse o Mestre, “o que buscarmos, acharemos”.
Em verdade, sendo o Universo criação de Deus, o Supremo
Bem, tudo é bom, tudo obedece a uma finalidade justa, útil e
necessária.
Até mesmo o que nos fere e faz sofrer e, por isso,
“parece” ser um mal, converte-se em benefício para nossas almas,
pois fá-las exercitar as virtudes que lhes faltam (a paciência, a
resignação, a fé etc.
), preparando-as para um futuro melhor.
Não percamos tempo, portanto, na identificação do mal, ainda
que a pretexto de fugirmos dele.
Abramos os olhos e estejamos atentos, isto sim, para nos
apercebermos das centenas de oportunidades que se nos oferecem,
diariamente, para a prática do bem.
Ajamos sempre com sinceridade de propósito e, onde
estivermos: no lar, na rua ou no trabalho, procuremos ser solícitos
para com os que nos rodeiam, ajudando-os como e quanto nos seja
possível.
Se contrairmos esse hábito, não deixando passar uma só
ocasião de servir, se mantivermos aceso o ideal de tornar-nos um
instrumento pelo qual o Amor de Deus possa chegar aos nossos
irmãos, todo o nosso ser se tornará luminoso, irradiando simpatia,
calor humano e felicidade.
Teremos alcançado, então, a glória de ser considerados “filhos
da Luz”.