153 – CONCEITO DE SALVAÇO

“… Eis agora o tempo sobremodo oportuno,
eis agora o dia da salvação.”
– Paulo. (II Coríntios, 6:2).
Salv ar, em sinonímia correta, não é divinizar, projetar ao céu, conferir santidade a alguém
através de magia sublimatória ou fornecer passaporte para a intimidade com Deus.
Salv ar, em legítima significação, é “livrar de ruína ou perigo”, “conservar”, “defender”,
“abrigar” e nenhum desses termos exime a pessoa da responsabilidade de se conduzir e
melhorar-se.
Navio salv o de risco iminente não está exonerado da v iagem, na qual enfrentará
naturalmente perigos novos, e doente salvo da morte não se forra ao imperativo de
continuar nas tarefas da existência, sobrepujando percalços e tentações.
O Evangelho não deixa dúvidas quanto a isso. Pedro, salvo da indecisão, é impelido a
sustentar-se em trabalho até a senectude das forças físicas. Paulo, salvo da crueldade, é
constrangido a esforço máximo, na própria renovação, até o último sacrifício
Se experimentas o coração chamado à verdade pela Doutrina Espírita, compreendamos
que a salv ação terá efetivamente chegado até nós. Não aquela que pretende investir-nos,
ingenuamente, na posse de títulos angélicos, quando somos criaturas humanas, com
necessidade de aprender, evoluir, acertar e retificar-nos, mas sim a salvação no
verdadeiro sentido, isto é, como auxílio do Alto para que estejamos no conhecimento de
nossas obrigações, diante da Lei, dispostos a esposá-las e a cumpri-las.
Sobretudo, não nos detenhamos em frases choramingueiras, perdendo mais tempo sobre
o tempo perdido. Reconheçamos com o apóstolo eu “o tempo sobremodo oportuno” para
a salvação ou, melhor, para a corrigenda de nossos Eros e aproveitamento da nossa vida,
chama-se agora.

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