121 – CHAMAMENTO AO AMOR

“… E à ciência temperança, e à temperança paciência e
à paciência piedade.” – Pe dro. (II PEDRO, 1: 6.)
Aprender sempre, instruir-nos, abrilhantar o pensamento, burilar a palavra,, analisar a
verdade e procurá-la são atitudes de que, efetiv amente, não podemos prescindir, se
aspirarmos à obtenção do conhecimento elevado; entretanto, milhões de talentosos
obreiros da evolução terrestre, nos séculos que se foram, esposaram a cultura intelectual,
em sentido único, e fomentaram opressões que culminaram em pav orosas guerras de
extermínio.
Incapazes de controlar apetites e paixões, desvairaram-se na corrida ao poder,
encharcando a terra com o sangue e o pranto de quantos lhes foram vítimas das
ambições desregradas.
Toda grandeza de inteligência exige moderação e equilíbrio para não desbordar-se em
devassidão e loucura.
Ainda assim, a temperança e a paciência, por si só, não chegam para enaltecer o lustre
do cérebro.
A própria diplomacia, aliás sempre venerável, embora resida nos cimos da suavidade e da
tolerância, pelos gestos de sobriedade e cortesia com que se manifesta, em muitos casos
não é senão a arte de contemporizar com o rancor existente entre as nações, segurando,
calma, o estopim do ódio e da belicosidade para a respectiva explosão, na época que
julga oportuna a calamitosas conflagrações.
O apontamento do Ev angelho, no entanto, é claro e prec iso.
Não v ale a ciência sem temperança e toda temperança pede paciência para ser
prov eitosa, mas para que esse trio de forças se levante no campo da alma, descerrando-
lhe o suspirado acesso aos mundos superiores, é necessário que o amor esteja presente,
a enobrecer-lhes o impulso, de vez que só o amor dispõe de luz bastante para clarear o
pres ente a santificar o porvir.

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