112 – DIANTE DA JUSTIÇA

“…Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
de modo nenhum entrareis no reino dos céus.”
– Jesus. (MATEUS, 5:20.)
Escribas e fariseus assumiam atitudes na pauta da Lei Antiga.
Olho por olho, dente por dente.
Atacados, devolviam insulto.
Perseguidos, revidavam, cruéis.
Com Jes us, porém, a justiça fez-se a virtude de conferir a cada qual o que lhe compete,
segundo a melhor consciência.
Ele mesmo começou por aplicá-la a si próprio.
Enredado nas trevas pela imprudência de Judas, não endossa condenação ou desforço.
Abençoa-o e segue adiante, na certeza de que o amigo inconstante já carregava, consigo
mesmo, infortúnio suficiente para chorar.
Ainda assim, porque o Mestre nos haja ensinado o amor sem lindes, isso não significa
que os discípulas do Evangelho devam caminhar sem justiça, na esfera das próprias
lutas.
Apenas é forçoso considerar que, no padrão de Jesus, a justiça não agrav a os problemas
do devedor, reconhecendo-lhe, ao invés disso, as necessidades que o recomendam à
compaixão, sem furtar-lhe as possibilidades de reajuste.
Se ofensas, pois, caírem-te na alma, compadece-te do agressor e prossegue à frente,
dando ao mundo e à vida o melhor que possas.
Aos que tombam na estrada, basta o ferimento da queda; e aos que fazem o mal, chega o
fogo do remors o a comburir-lhes o coração.

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