107 – COMPAIXÃO EM FAMÍLIA

Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente
dos da sua família, negou a fé … Paulo. (I Timóteo, 5:8. )
São muitos assim,
Descarregam primorosa mensagem nas assembléias, exortando o povo à compaixão;
bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada; Entretanto, no
instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.
Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não
grav am a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.
Promovem subscrições de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades
ocorridas em outros continentes, transformando-se em titulares da grande benemerência;
contudo, negam simples olhar de carinho ao servidor que lhes pões a mesa.
Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico, no levantamento de albergues
e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome; entretanto, não
hesitam exportar, no rumo do asilo, o avô menos feliz que a provação expões à
caducidade.
Não seremos nós quem lhes vá censurar semelhante procedimento.
Toda migalha de amor está registrada na lei, em favor de quem a emite.
Mais vale fazer bem aos que v ivem longe, que não fazer bem algum.
Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos
igualmente bons para com aqueles que respiram em nosso hálito. Devedores de muitos
séculos, temos em casa, no trabalho, no caminho, no ideal ou na parentela, as nossas
principais testemunhas de quitação.

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