A Bíblia é composta do Velho e do Novo Testamento. No Velho Testamento temos a história e a religião do povo judeu no período anterior à vinda de Jesus. No Novo Testamento temos os quatro Evangelhos e outras anotações referentes ao período posterior a Jesus. O Espiritismo se ocupa principalmente dos Evangelhos. E nos Evangelhos dá mais atenção aos ensinos de Jesus.
Normalmente, Jesus é visto como um líder religioso. Porém Ele escolheu o título de Mestre, deixando claro que o mais importante são seus ensinos. Deixou claro também que o importante é amar e não é ser desta ou daquela religião.
O Mestre se compara a um “semeador que saiu a semear”. As sementes são seus ensinos, o terreno nossos corações, a colheita é o “reino dos céus”, ou seja, a paz e a felicidade. Num momento em que vemos muitas disputas religiosas, seja de palavras ou de armas é importante que recordemos de sua doutrina. Lembrando que Ele só será “o caminho, a verdade e a vida” para aqueles que praticarem seus ensinamentos.
Encontramos um resumo de seus ensinos no Sermão da Montanha, que está no Evangelho de Mateus, a partir do capítulo 5. É uma obra tão importante que o líder religioso indiano Gandhi disse que “se todas as obras religiosas do mundo se perdessem, mas se salvasse o Sermão da Montanha, nada teria sido perdido”.
Vejamos então algumas sementes que o Mestre vem tentando plantar em nossos corações há dois mil anos:
“Bem-aventurados o pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Com esta afirmativa somos alertados quanto à importância da humildade. A humildade abre caminho para a conquista de todas as outras virtudes.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”. Temos aí um alerta quanto ao papel da dor em nossas vidas. Normalmente é o sofrimento que nos impede de permanecer no erro ou nos tira da acomodação. Saber sofrer é aproveitar as lições que a vida nos dá, pois nada acontece por acaso.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra”. Cada vez mais a sociedade tem lutado pela construção da paz. Os agressivos sejam nações, grupos ou pessoas estão perdendo espaço. Jesus previu o dia em que os violentos serão colocados à margem da sociedade. Devemos cultivar a brandura para que possamos continuar a fazer parte da sociedade terrena.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. Todos nós erramos e precisamos da oportunidade do recomeço. Todos sentimos necessidade de compreensão e perdão. Porém é necessário que vejamos o próximo com o mesmo olhar. Não podemos continuar nos perdoando e condenando os outros. Devemos cultivar a compaixão e este sentimento abrirá as portas para um relacionamento saudável com todos.
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”. Jesus nos alertou quanto à necessidade de reconciliarmos com nosso irmão antes de levar nossas oferendas a Deus. A água suja não deixa a luz passar, um coração impuro não pode estabelecer sintonia com o Pai. Daí a necessidade de trabalharmos nossos sentimentos, para que nossa fé possa nos aproximar do Criador.
Se cada um de nós colocar em prática estes ensinos terá fim toda disputa religiosa, acabarão as guerras e enfim encontraremos a paz e a felicidade.
