Conta-se que, há muitos anos, viveu um sábio que era seguido por inúmeros discípulos.
Certa vez, porque enfrentava dificuldades incontáveis, um desses discípulos o procurou, a fim de com ele se aconselhar.
Mestre, muito estou sofrendo, disse o jovem. Já não vejo solução para os problemas que me atormentam. Preciso de sua ajuda.
Pois bem, respondeu o mestre, gentil como sempre. Caminhe comigo até a cozinha.
Foram os dois, conversando, e o discípulo colocou o sábio a par de suas dificuldades.
Em seguida, o mestre pediu: Meu jovem, traga-me o recipiente no qual guardamos o sal.
O rapaz prontamente obedeceu e entregou ao sábio o que fora solicitado.
Tendo em suas mãos um copo cheio d’água, o mestre disse ao discípulo: Agora, pegue um generoso punhado de sal e o misture neste copo com água. Depois, quero que tome um grande gole.
O aprendiz, ainda que contrariado, obedeceu às instruções.
Qual o gosto? Questionou o sábio.
Ruim, muito ruim! Respondeu o discípulo, franzindo o rosto.
Pois bem, continue a caminhar comigo. Vamos ao lago.
E mais uma vez foram ambos andando, lado a lado, até chegarem ao lago.
O mestre trouxera consigo o recipiente com sal e, próximo à margem, disse ao discípulo:
Quero que você pegue um generoso punhado de sal e o jogue no lago.
O jovem obedeceu e, assim que o fez, recebeu nova ordem:
Agora se abaixe e tome um gole d’água do lago.
O rapaz, abaixando-se, tomou não somente um, mas muitos goles, pois aquela era uma água muito refrescante.
E agora? Qual o gosto? Sentiu o gosto do sal? Arguiu o mestre.
N ão, de forma alguma! Pelo contrário, essa água foi capaz de matar minha sede! Contrapôs o discípulo.
As dificuldades que enfrentamos na vida são como um punhado de sal diluído.
Se você tem suas dificuldades em mãos e as dilui em seu egoísmo, faz o mesmo que diluir o sal no copo d’água e, assim, elas se tornam difíceis de serem superadas.
Por outro lado, prosseguiu, se você as dilui em sua capacidade de aprendizado, é como diluir o sal no lago e os problemas deixam de existir.
Restarão apenas, concluiu o mestre, as lições que cada dificuldade carrega consigo e que são as responsáveis por nos fazer avançar na senda do progresso.
* * *
Muitos são os que extraem dos problemas e das dificuldades somente o sofrimento.
Se vislumbrarmos o panorama de nossas amarguras com os olhos do pessimismo, egoísmo ou orgulho, teremos sempre motivos para nos queixarmos de nossa sorte.
Por outro lado, se contemplarmos tal c enário com consciência de que nenhuma dor é eterna e de que cada dificuldade é oportunidade redentora, tal qual o tombo que por vezes machuca, mas que ensina a melhor caminhar, jamais nos queixaremos novamente.
Antes, agradeceremos ao Senhor da Vida por mais uma lição…
Pensemos nisso… E pensemos agora!
Redação do Momento Espírita,
com base em conto de autoria desconhecida.
Em 6.3.2014