Estrada que Não Conduz – Carlos A. Bacelli

Carlos A. Bacelli

Antes de ter compromisso com a casa espírita, compromisso com os companheiros do grupo mediúnico e, até mesmo, compromisso com a própria mediunidade, tem o médium um compromisso com o Cristo. O médium, acima de tudo, está a serviço do Evangelho na Terra, reparando os erros do pretérito pela oportunidade de trabalho no presente.

Se o medianeiro pensar, cotidianamente, que o seu compromisso maior é com Jesus na edificação de um mundo novo, certamente superará os obstáculos decorrentes dos conflitos humanos.

Nenhum médium está a serviço de se mesmo ou de alguém.

Os médiuns cônscios de suas responsabilidades estão a serviço de uma causa superior a todas as causas. Guardando a convicção íntima e procurando manter a sintonia com o Cristo, o medianeiro jamais se deterá no cumprimento do dever nem se permitirá afetar pelo melindre, pela mágoa, pelos aborrecimentos que, tantas vezes, o compelem a desertar o campo de ação.

Á semelhança dos profetas da Antiguidade e dos primeiros cristãos, os médiuns, nos dias atuais, são chamados à sustentação da fé, para que a chama gloriosa da Imortalidade continue crepitando nos corações, iluminando os caminhos ensombreados das almas!

Que o medianeiro não recue, não se permita abater o desalento, não se prostre, do ponto de vista psíquico, porquanto o Senhor conta com a sua boa vontade, com os seus braços operosos no bem, com a sua determinação e com a sua coragem, com o seu idealismo e com a sua sinceridade no serviço mediúnico.

O médium em suas atividades, por mais insignificantes lhe possam parecer, é um mensageiro do Evangelho Redivivo, lembrando constantemente aos homens encarnados, mergulhados no imediatismo na vida física, que existe Vida além da morte, que a experiência na Terra é passageira e, breve, todos haverão de se defrontar com a própria consciência, efetuando um balanço de todas as suas atitudes.

Quanto o médium imagina estar a serviço de uma casa espírita ou, então, se sente constrangido a prosseguir trabalhando na condição de médium para tão-somente atender aos caprichos deste ou daquele grupo; quando o médium se deixa dominar por essas ideias que nascem de suas próprias imperfeições ou lhe são sugeridas pelos adversários da luz, ele se torna semelhante a uma estrada que não conduz a lugar algum!

Meditemos no compromisso que, acima de tudo e de todos, assumimos com o Cristo, para que possamos continuar com alegria no cumprimento de nossas obrigações na mediunidade.

Bibliografia

Bacelli, Carlos A.; Fernandes, Odilon. Estrada que Não Conduz. cap. 30. 2003.

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