Todos estamos escrevendo, dia após dia, a narrativa da nossa existência.
Mesmo que não percebamos, deixamos registros no coração de cada um que encontramos ao longo da nossa jornada.
Cada escolha que fazemos é uma frase que escrevemos.
Cada atitude, uma linha.
E o tempo vai costurando tudo, preenchendo páginas, formando capítulos.
Capítulos felizes, de comemorações, de conquistas, de encontros e reencontros.
Episódios de tragédias, de dores, de desconforto.
Importante que nos demos conta de que devemos ser protagonistas da nossa história, jamais meros figurantes.
Deus, com infinita sabedoria, nos concedeu o livre-arbítrio, esse poder de decidir, de mudar, de recomeçar, de fazer as melhores escolhas.
Isso significa que não podemos ficar paralisados no passado, pensando nos capítulos já escritos e impressos.
O que importa é o que decidirmos registrar nas páginas que ainda nos faltam redigir.
O Mestre Jesus asseverou que somos reconhecidos pelos frutos.
Exatamente como a árvore que não é julgada por sua aparência, mas pelos frutos que oferece ao mundo.
Dessa maneira, não somos o que dizemos ser, mas o que apresentamos de bondade, de solidariedade e fraternidade por onde passamos.
Narra um idoso, em fase terminal, que recebeu por semanas a visita de um vizinho.
Ele era jovem e lhe trazia pão, flores, conforto, um sorriso, uma conversa amiga.
Certo dia, confidenciou o jovem: Penso que o senhor não se recorda.
Porém, eu trago muito viva a lembrança em minha mente.
Quando minha mãe ficou viúva, o senhor nos ajudou.
Ofereceu-nos, por muito tempo, alimento, conforto e dignidade.
Então, amigo, eu somente estou devolvendo.
O enfermo sorriu, com os olhos marejados, e respondeu: Então, valeu a pena ter vivido.
Esse homem gravara uma linda história no coração de um menino.
Uma história feita de apoio e doação.
Nada de grandes discursos ou palavras vazias.
Como essa gravação ficara registrada com a tinta indelével da gratidão, soube ele, ainda nesta vida, quanto bem promovera, sem alarde.
Pensemos, então, que capítulos estamos grafando nas entrelinhas da nossa jornada.
O que nossos filhos, nossos amigos, nossos vizinhos poderão ler e contar a nosso respeito
Se, por acaso, o resultado do que estamos produzindo não nos agradar, sirvamo-nos do tempo de que dispomos, ainda agora, para realizar a mudança.
Alteremos o enredo do livro.
Reescrevamos parágrafos, capítulos, quiçá elaboremos uma conclusão especial.
Tudo recheado de compaixão, perdão, presença, carinho e atenção.
O tempo presente é o cenário ideal para começar.
Ou recomeçar.
Tudo para que nos sintamos felizes, desde agora, pelas narrativas grafadas com a paixão de quem toma o lápis da vida com vontade de vivê-la, intensamente.
Tudo para que, quando formos convidados a partir, possamos deixar sobre a mesa de cabeceira, um livro de páginas brilhantes.
Um livro que amigos encontrarão, descobrindo como fomos um agente do bem.
E recordem quanto influenciamos positivamente as suas vidas.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita,
Em 30.
7.
2025

