– Não. Sabe apenas que, ao escolher uma vida de lutas terá a probabilidade de matar um de seus semelhantes, mas ignora -se o fará ou não, porque depende quase sempre dele tomar a deliberação de cometer o crime. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de a fazer ou não. Se o Espírito soubesse com antecedência que, como homem, devia cometer um assassínio, estaria predestinado a isso. Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e que todo crime, como todo e qualquer ato, é sempre o resultado da vontade e do livre arbítrio. De resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas: os acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há fatalidade, às vezes, é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atas não existe jamais a fatalidade.
Livro dos Espíritos – Pergunta Numero: 861
861. O homem que comete um assassinato sabe, ao escolher a sua existência, que se tornará assassino? ?