Sem dúvida, estaríamos no paraíso, fosse a dor expulsa do meio em que nos encontrássemos.
Agradável redundaria o tempo, estivessem as paisagens coloridas de esperança e o espectro da enfermidade não
rondasse os nossos passos.
A realidade, porém, é bem outra.
Onde quer que o espírito endividado para com a Lei se encontre, aí estarão presentes suas necessidades em caráter de imperiosa
cobrança.
E por que se apresentam aflições de toda ordem, não nos cabe refugiar-nos através das evasivas com que muitos se furtam ao
dever da solidariedade, da caridade.
Diante, pois, dos afligentes problemas que deparas pelo caminho, fazer alguma coisa.
Dispões de milagres de cordialidade ao teu alcance, que podes distribuir sem prejuízos.
Muitos corações pensam no auxílio material e recuam considerando-se incapazes de distribuí-lo argumentando que são
incontáveis os necessitados…
Outros se referem ao labor moral, ante os infelizes deste ou daquele teor para logo desanimarem em face dos inúmeros
dissabores com que se vêem constrangidos arrostar…
Podes e deves fazer alguma coisa.
Cada semente de amor que plantes num coração será uma bênção a multiplicar-se e um desditoso a menos.
A dádiva material que ora ajuda e passa é o socorro na horizontal. Não te aflijas pensando que a miséria retornará.
Caso nada possas em relação ao futuro, produze em direção do presente.
A lâmpada moral, que acendes no país atormentado de um espírito, será sol emboscado num perene horizonte de luz. Não
te preocupes raciocinando que nuvens borrascosas poderão de futuro impedir a claridade. Ilumina hoje, produzindo na
vertical da vida.
A lição de amor pulsante no teu sentimento, que te leva a ajudar, converte-se em mensagem de caridade rutilante que
fulgirá a teu próprio benefício, impedindo que a treva do cansaço e da revolta da enfermidade e do desânimo, estabeleça
morada no lar do corpo que teu espírito habita transitoriamente.
Caridade, pois, sempre.
Joanna de Ângelis
Divaldo Franco
Celeiro de Bênçãos