Manhã de outono em cidade do sul do país.
Pai e filha acordam cedo e se preparam para a ida à escola.
O cenário, em casa, é o de sempre.
Mas lá fora ela percebe que existe alguma coisa diferente.
Ela nunca havia notado algo assim antes.
Pai.
.
.
O que é isso? E por quê? – pergunta ela, objetivamente, com um pouco de medo na voz.
A mesa do café dá para uma grande porta janela.
Ela estava acostumada a enxergar o quintal com as árvores frondosas, a natureza verdejante que sempre a saudava de braços abertos.
Naquela manhã, tudo estava estranho: o quintal havia desaparecido, as árvores haviam sumido.
Parecia que as nuvens estavam batendo na janela de casa.
O pai, que já presenciara o fenômeno diversas vezes, e mesmo assim ainda se encantava com tamanha beleza, respondeu com tranquilidade:
Filha, não se preocupe.
Está tudo bem.
A floresta ainda está lá, as árvores e os passarinhos continuam no mesmo lugar.
O sol está ali atrás.
Logo mais ele aparece.
São apenas nuvens bem baixinhas, que nasceram aqui durante a madrugada, e que logo desaparecerão.
Aliás, você sabia que quando o dia amanhece assim significa que teremos um lindo sol?
A menina se animou, confiou no pai, e voltou a saborear seu café da manhã sem maiores preocupações.
* * *
Neblina que baixa, sol que racha – diz a sabedoria popular.
A meteorologia concorda com a voz do povo nesse ponto, pois realmente é o que acontece na maioria das vezes.
O nevoeiro da manhã é típico em algumas regiões e épocas do ano, quando, após uma noite fria, a umidade se condensa mais próximo ao solo.
Basta o sol começar a aparecer que a condição se desfaz.
Quem já presenciou o belo fenômeno do sol vencendo o nevoeiro pode retirar belas lições para a vida.
Com o conhecimento que a meteorologia, uma das ciências da Terra nos fornece, conseguimos prever o que vem adiante.
Conseguimos entender que se trata de um ciclo e de um fenômeno natural.
Então, perguntamos: Por que ainda olhamos os nevoeiros da vida como crianças assustadas?
Não nos falta um pai para explicar do que se trata.
Não podemos alegar isso.
Falta confiar, falta entregar o coração nas mãos do universo perfeito e tranquilizar a alma.
Falta ouvir o Pai Celeste, entender as leis da natureza, tudo que rege nossas relações com o próximo, com nós mesmos e com ele, o Supremo Senhor de todas as coisas.
A presença do nevoeiro atrapalha a visão, reduz a visibilidade, fecha aeroportos.
Exige de nós alguns procedimentos, mudança de planos, de horários.
Mas passa.
Assim será sempre com todo nevoeiro que se apresentar em nossos dias.
Abramos a alma para ouvirmos a voz do grande Pai a nos dizer: Não se preocupe.
Está tudo bem.
A floresta ainda está lá, as árvores e os passarinhos continuam no mesmo lugar.
O sol está ali atrás.
Logo mais ele aparece.
São apenas nuvens bem baixinhas, que nasceram aqui durante a madrugada, mas que logo não mais irão existir.
Redação do Momento Espírita
Em 17.
6.
2024.