140 – A FÉ
Eu sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade, chamo-me a Fé.
Sou grande e forte, aquele que me possui não teme nem o ferro e nem o fogo: é a prova de todos os sofrimentos físicos
e morais. Irradio sobre vós com um faixo cujos jatos faiscantes se refletem no fundo dos vossos corações, e vos comunica
a força e a vida. Diz-se entre vós que ergo as montanhas, e eu vos digo: venho erguer o mundo, porque o
Espiritismo é a alavanca que deve me ajudar. Uni-vos, pois, a mim, eu sou a Fé.
Eu sou a Fé! Habito, com a Esperança, a Caridade e o Amor, o mundo dos puros Espíritos, freqüentemente, deixei as
regiões etéreas, e vim sobre a Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito, mas, à parte os mártires dos
primeiros tempos do Cristianismo, e alguns fervorosos sacrifícios, de longe em longe ao progresso da ciência, das letras,
da indústria e da liberdade, não encontrei, entre os homens, senão indiferença e frieza, e retomei tristemente meu vôo
para os céus, vós me críeis em vosso meio, mas vos enganastes, porque a Fé sem as obras é uma aparência de Fé, a
verdadeira Fé é a vida e a ação.
Antes da revelação do Espiritismo, a vida era estéril, era uma árvore seca pelos estrondos do raio que não produzia
nenhum fruto. Não se me reconhecia pelos meus atos: eu ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações,
expulso para longe de vós as influências enganadoras e vos conduzo a Deus pela perfeição do espírito e do coração.
Vinde vos alinhar sob minha bandeira, sou poderosa e forte: eu sou a Fé.
Eu sou a Fé, e o meu reino começa entre os homens, reino pacífico que vai torná-los felizes para o tempo presente e
para a eternidade. A aurora de meu advento entre vós é pura e serena, seu sol será resplandescente, e seu deitar virá
docemente embalar a Humanidade nos braços das felicidades eternas. Espiritismo! Derrama sobre os homens o teu
batismo regenedor, faço-lhes um apelo supremo: eu sou a Fé.
GEORGES,
Bispo de Périgueux.
Revista Espírita nº 2 – Ano IV