Razões alegadas para adesão ao esperanto

Problema lingüístico

Muitos esperantófonos tomaram a iniciativa de aprender esperanto pelo chamado lingva problemo (literalmente, problema lingüístico). Umas das maiores faces desse problema são o chamado imperialismo cultural, que encerra em si o favorecimento a poucos grupos lingüísticos, e a pouca praticidade da estrutura vigente de comunicação entre sujeitos sociais de línguas diferentes. Vários estudiosos têm se debruçado sobre esses aspectos. Izabel Cristina Oliveira Santiago levanta várias ocasiões históricas em que o custo de traduções alcança níveis questionáveis: Nova Délhi, 1968. A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento custou mais de 2 milhões de dólares, sendo que mais da metade disso foi gasto com o uso de apenas quatro línguas — tidas como predominantes. […] só em 1976, por exemplo, em vez de serem investidos na alimentação das multidões de famintos, 700 mil dólares foram gastos para traduzir em seis línguas os relatórios sobre a fome mundial. O psicólogo e ex-tradutor das Nações Unidas Claude Piron tem se dedicado à temática, abordando-a sob um ponto de vista psicológico a partir de vastíssimo material bibliográfico e documental, tratando a insistência no atual modelo de comunicação internacional como uma neurose.

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