A mente, sem dúvida, é uma lavoura imensurável, cuja propriedade pertence ao grande seareiro universal.
Deus.
Nada fazemos sem a Sua aquiescência.
Porém, a Sua misericórdia nos incentiva ao esforço, ao trabalho na gleba, que nos foi entregue por bondade e amor.
Todavia, mesmo no quinhão que nos pertence operar, jamais Ele deixaria de nos ajudar, pois sem a Sua mão divina, os elementos não se estreitariam em afinidade, como só acontece na harmonia do corpo físico, em plena consonância com o corpo universal do cosmo.
Se quisermos entender mais ou menos quem é Deus, basta analisarmos que Sua mente abrange toda a criação e ainda labora em conexão com a nossa, cabendo- Lhe a maior parte.
Nós outros operamos em campo restrito, em pequena lavoura, carecendo, todas as horas, de ajuda, de retificação, e vezes sem conta, de companheiros mais experimentados, para nos guiar nos labirintos em que caímos, de vez em quando.
Porém, essa é a marcha do progresso.
Se na verdade entendemos o que vem a ser evolução, é bom que a chamemos de despertar das qualidades perfeitas vibrantes dentro de cada um, de cada coisa.
A nossa mente constitui, no campo restrito em que laboramos, uma lavoura infinita.
E a alma, no porte em que se encontra a coletividade, começa a mostrar expressão bem acentuada de amadurecimento, requerendo do agricultor preparo com todos os recursos possíveis – a separação do joio, para que o trigo não venha a se perder.
Uma grande sinfonia começa com notas dissonantes.
Um violinista, como outro qualquer artista, nos seus esticados treinos, é difícil de ser suportado.
Mas, quando preparados, trabalham na pura harmonia, que agrada a todos, pois, na hora da colheita, o agricultor, por lei, deverá separar o trigo do joio, para que o alimento não faça mal a ninguém.
Eis a hora de trabalharmos na harmonia da mente.
Ela é um instrumento divino, que faz parte da grande orquestração universal.
O Cristo deu o sinal nos céus de todas as consciências de que é chegado o momento de construir.
Não há mais desculpas.
A hora não é marcada por nós, não nos pertence a viagem infinita do despertar gradativo.
É lei de Deus, com execução dos anjos.
Apeguemo-nos a essa oportunidade de reformas mentais, espirituais, e mesmo físicas, começando pela sondagem nos profundos arquivos da mente.
E, se já avançastes um pouco na escala dos pensamentos, se vos fascina o segredo das ideias, ficai sabendo que a mente presente, a área da consciência do que fazemos, é um pequeno departamento da grande consciência universal, em se referindo ao espírito, organizada pela consciência de Deus.
Não vos perturbeis em demasia com o trabalho a realizar.
Ele, de fato, é grandioso.
No entanto, podeis começar pelo simples perdão dentro do lar, pela paciência com os vossos filhos, com a tolerância nos trabalhos de cada dia, aceitando, com amor, o que não pode ser mudado.
O vosso lar é, igualmente, uma lavoura.
Os que vos cercam, as plantas frutíferas.
E vós sois o zelador.
Cuidai bem delas, sem que o joio as faça mirrar, sem que os insetos retardem o seu crescimento.
Uma palavra junto aos vossos poderá estimulá-los para uma paz duradoura, como cercá-los de inquietações.
Vede como – 98 – conversais, aproveitando a misericórdia do tempo.
Se a invigilância deixar as emoções invadirem a mente, criando pensamentos negativos, apegai-vos à última instância, não os expressando pelo verbo.
Interrompei sua açâo que, no amanhã, conseguireis vos libertar, definitivamente, de criações mentais inferiores.
O esforço é imprescindível todos os dias, todas as horas, todos os minutos.
Se nos empenharmos com denodo nessa disciplina, sabeis quem será o mais beneficiado? O próprio operador.
Quem conhece esta verdade, nunca deixa de se esforçar na conquista do bem na lavoura da mente.