APRENDER COM O PRÓXIMO – Horizontes da Mente – Miramez 0/5 (1)

O aprendizado é uma coisa sagrada.

Cada estágio que fazemos na carne representa um curso na escala evolutiva.

É justo que façamos a nossa parte, sem que só a natureza lute.

O nosso esforço deve computar com o esquema natural de Deus.

O próximo, em relação a nós, é um instrutor diário.

Mas nem sempre reconhecemos essa verdade.

Ao sermos analisados por ele, julgamo-lo inconveniente.

Ao sermos censurados por nossos companheiros, mesmo que eles tenham razão, ferindo-nos em nossos melindres, revidando os açoites merecidos, por nos sentirmos maltratados no orgulho enganoso.

O irmão de luta, que caminha conosco, enxerga melhor os nossos defeitos, sente os prejuízos causados por eles e nos aconselha de forma violenta.

No entanto, essa é a melhor maneira de nos interessarmos mais pela corrigenda.

Ninguém evolui sem que o próximo participe da nossa disciplina.

Eis porque, depois de amar a Deus sobre todas as coisas, fomos aconselhados a amar, em seguida, ao próximo, como a nós mesmos, por ser ele a senda de luz com aparência de trevas.

O ambiente mais favorável ao aprendiz é a humildade, que falta onde o orgulho domina e a prepotência avassala.

Quem cultiva a humildade e ama a serenidade de coração, abre portas de ouro ao entendimento maior, e tem meios fáceis de assimilar as ciências mais complicadas e a filosofia mais difícil.

E receberá de Deus um raciocínio lúcido, de modo a surpreender os doutos.

Os justos não enganam os outros nem condenam seus semelhantes, por já se encontrarem livres das armadilhas da intolerância e serem amantes da justiça e do perdão.

As aulas são sucessivas, por onde andamos.

Se fugimos de algumas, por incapacidade de assimilação, caímos em outras que nos convidam ao recomeço.

O determinismo no aprendizado é caso definitivo.

A liberdade que temos, se assim podemos dizer, é a da obediência, é a do amor, é a da caridade.

É a de entender a maneira como o apóstolo dos gentios preconizava para seus companheiros: Dai graças a tudo, pois essa é a vontade de Deus para conosco .

Cada alma irmã, que convive conosco, é nossa mestra.

É a disciplina atuante, é a vigilância que não ficou esquecida.

Jesus foi o próximo mais iluminado que se aproximou de nós, fazendo presentes todos os raios de sol para nos aquecer.

É comum, mesmo entre os espiritualistas, aceitar que o ofendido revide a ofensa, que não seja fisica, no caso dos mais evoluídos.

Todavia, as forças mentais são acionadas em direção ao ofensor, com a revolta ocasionada pela inflamação dos sentimentos.

Dessa maneira, não fica constatado o perdão.

O aluno não analisou a lição, não aceitou a oportunidade de se livrar da infração à lei.

Esplende o sinal vermelho e ele avança, pela força da imprudência, trombando com a ignorância, na travessia da estrada do aprendizado.

Aprender com o próximo é disciplinar a si mesmo.

É desejar ao semelhante o bem, em quaisquer circunstância.

Se é muito difícil, não será impossível, desde que se comece na área das emoções; sentindo, no início, uma catástrofe interna, por não nos vingarmos do maledicente, cuja ferocidade nos encarcera na jaula da – 48 – carne, como um condenado sem defesa.

Aconteça o que acontecer, não devemos expressar a revolta que se passa por dentro das forças em combustão, que intentamos disciplinar.

Continuemos, até que um dia o vulcão se acalme e fiquem somente vestígios do monstro que, antes, eram erupções avassaladoras.

E a paz reinará em toda a nossa vida, já que, por natureza humana educada, apreendemos, com o próximo, a natureza divina, que reina em toda a criação de Deus.

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