QUERER É SER – Horizontes da Mente – Miramez 0/5 (1)

A iniciação antiga assegurava aos seus associados que querer é poder .

Observando as linhas reguladoras das leis da vida, nota-se certa razão nessa convicção dos homens de fé.

Querer é ser, porque sem manifestarmos a vontade, nada realizamos.

Sem que essa vontade assuma por completo a mente, transformando-se em pensamentos e em ações, nada haverá.

Um espírito fraco nas suas decisões não alcança condições para transformá-las em realidade.

Uma alma indecisa verificará muito mais dureza nas barreiras surgidas em sua frente, e um ser pensante não resolverá seus mais fáceis problemas se cruzar os braços, sem atacá-los.

Os refugos de uma sociedade avançada sempre são criaturas marginalizadas, no que se refere às leis, ou então, o foram em outras vidas, deixando refletir na presente etapa aquilo que fizeram.

A partir do momento em que o indivíduo dá início à vontade, se dispõe a modificar antigos hábitos, arraigados vícios que a ignorância fêlo adquirir.

Mas, logo que começa a nascer para outra dimensão da vida, prova que a verdade o acoberta para a libertação.

Certamente que querer é ser.

Todavia, em se tratando da eternidade da alma, é lógico que para querer ser, escalando as alturas que se deseja, é preciso tempo, e esse tempo pode ser longo, acrisolando coisas e refundindo fatos, ampliando atitudes e fazendo crescer qualidades.

O candidato é como um piloto de avião nas suas primeiras viagens na atmosfera da Terra.

Luta horrivelmente com todo problema de natureza íntima e externa, mas sente as mais lídimas sensações com que antes nunca sonhara.

Porém, em comparação aos velhos astronautas, está dando os primeiros passos na escalada do progresso, pois o aspirante a experiências internas deve alimentar na mente o poder da vontade, querendo constantemente ser sempre mais do que é, sem que a vaidade.

o orgulho e o egoísmo adentrem seu coração e queiram participar das grandes aventuras que constituem a conquista de si mesmo.

É preciso que, em primeiro lugar, aprendamos a saber querer as coisas para podermos ser almas de alta linhagem espiritual, no convívio com os nossos semelhantes, e daí podermos ajudar com eficiência nossos irmãos, que se debatem nas entranhas da própria sombra.

A iniciação moderna é cópia viva da iniciação antiga, desde quando os paralelos dos tempos nos mostram as diferentes escalas de uma para com a outra.

No passado, éramos fechados a mil chaves para confabulações secretas no tocante à lei, à vida, ao fenómeno da morte, ao magnetismo, sua aplicação, às curas, à consciência e à sub-consciência.

Hoje, o templo foi individualizado e formou-se uma síntese mais estupenda do universo: o coração.

O estudante, por mais que queira sair para fora, não consegue, pois seu aprendizado é interno, suas experiências são individuais.

Depois de tudo começado, do campo feito, do plantio formado, da lavoura tratada, os frutos começando a surgir, é que o homem renovado começa a fazer experiências além do seu âmbito, com os seus semelhantes.

Eis a diferença de dois pontos marcantes na evolução dos homens.

Foi o Cristo que deu o grito de libertação de todas as escolas, fazendo do ser humano o – 30 – verdadeiro templo, onde Deus reflete a alma divina.

Querer é ser; essa atitude aprimorou-se com Jesus, evidenciada no Evangelho, transmutando a ganga de inferioridade dos homens em ouro vivo da fé, da caridade e do amor.

Atendamos à formação dos nossos pensamentos e ampliemos nossas ideias; que eles sirvam de instrumentos dos céus para as criaturas sofredoras, de luzes para as sombras envenenadas da ignorância, de paz para os aflitos, de pão para os famintos e de roupas para os nus.

Não existe outra forma de adquirirmos paz de consciência, a não ser nos roteiros do bem comum, não tendo igualmente outro tesouro, a não ser a felicidade harmoniosa, que nos deixa o tilintar dos pensamentos nobres e o cantar das ideias cristãs, que a inteligência usa e o coração expande em profusão de cores, com notícias de que foi conhecida a verdade.

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