149 – A AFABILIDADE E A DOÇURA – Mensagens de Emmanuel 5/5 (1)

149 – A AFABILIDADE E A DOÇURA

A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são
as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a frequentação do mundo
podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o
exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas
criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno, que são brandas, desde que nada as agaste, mas que
mordem à menor contrariedade, cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando
estão por detrás.
A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e
seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento
que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os
chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que lhes não podem resistir.
Envaidecem-se de poderem dizer: “Aqui mando e sou obedecido”, sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: “E sou
detestado.”
Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele
cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade.
Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana.
Lázaro (Paris, 1861.)
Do Livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Capítulo IX – Item 6

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