142 – A CARIDADE – Mensagens de Emmanuel

142 – A CARIDADE

Eu sou a Caridade, sim, a verdadeira Caridade, não me pareço em nada com a caridade da qual seguis as práticas.
Aquela que usurpou meu nome, entre vós, é fantasiosa, caprichosa, exclusiva, orgulhosa, e venho vos premunir contra
os defeitos que delustram, aos olhos de Deus, o mérito e o brilho de suas boas ações. Sede dóceis às lições que o
Espírito de Verdade vos faz dar por minha voz, segui-me, meus fiéis: eu sou a Caridade.
Segui-me, conheço todos os infortúnios, todas as dores, todos os sofrimentos, todas as aflições que assediam a
Humanidade. Eu sou a mãe dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora e o sustento das viúvas, eu trato das feridas
infectas, eu cuido de todas as enfermidades, eu dou as vestes, o pão e um abrigo àqueles que não os têm. Eu subo aos
mais miseráveis sótãos, na humilde choupana, bato à porta dos ricos e dos poderosos, porque, por toda a parte onde vive
uma criatura humana, há sob a máscara da felicidade amargas e cruciantes dores. Oh! Quanto minha tarefa é grande!
Não posso bastar para cumpri-la se não vierdes em minha ajuda, vinde a mim: eu sou a Caridade.
Eu não tenho preferência por ninguém, não digo jamais àqueles que têm necessidade de mim: “Tenho meus pobres,
dirigi-vos para outra parte”. Oh! Falsa caridade, quanto mal fazes! Amigos, nos devemos a todos, crede-me! não
recuseis vossa assistência a ninguém, socorrei-vos uns aos outros com bastante desinteresse para não exigir nenhum
reconhecimento da parte daqueles que tiverdes socorrido. A paz do coração e da consciência é a doce recompensa de
minhas obras: eu sou a verdadeira Caridade.
Ninguém conhece, sobre a Terra, o número e a natureza de meus benefícios, só a falsa caridade fere e humilha aquele
que ela alivia. Guardai-vos desse funesto desvio, as ações desse gênero não têm nenhum mérito junto a Deus, e atraem
sobre vós sua cólera. Só ele deve saber e conhecer os impulsos generosos de vossos corações, quando vos fazeis os
dispensadores de seus benefícios. Guardai-vos, pois, amigos, de dar publicidade à prática da assistência mútua. Não
mais lhe deis o nome de esmola, crede em mim: Eu sou a Caridade.
Tenho tantos infortúnios a aliviar que, freqüentemente, tenho os seios e as mãos vazias, venho vos dizer que espero em
vós. O Espiritismo tem por divisa: Amor e Caridade, e todos os verdadeiros espíritas virão, no futuro, se ajustar a este
sublime preceito pregado pelo Cristo, há dezoito séculos. Segui-me, pois, irmãos, e vos conduzirei no reino de Deus,
nosso Pai. Eu sou a Caridade.
ADOLPHE,
Bispo de Argélia.
Revista Espírita nº 2 – Ano IV

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