COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS – Livro – Amor Imbativel Amor 0/5 (1)

A falta de iniciativa e o medo constituem fatores relevantes para a instalação dos comportamentos au­todestrutivos, decorrência natural da insegurança pes­soal e da hostilidade social presente na competitivida­de da sobrevivência humana.
Conflitos autopunitivos da consciência de culpa não superados apresentam-se de forma patológica, con­tribuindo para a ausência de auto-estima e compulsão auto-exterminadora. Nem sempre porém, assumem a tendência para o suicídio direto, manifestando-se, en­tretanto, de maneira mascarada, como desinteresse pela existência, ausência de objetivos para lutar, atitudes pessimistas…
Noutras ocasiões, a freqüente ingestão das vibra­ções perniciosas do mau humor, do ressentimento, da rebeldia sistemática, do ódio, do ciúme desenvolvem transtornos psíquicos que terminam por desarmonizar as células, comprometer os órgãos e conduzir à morte.
Diversas enfermidades têm causalidade psicosso­mática, que culminam em verdadeiros desastres orgâ­nicos.
Na raiz de toda doença há sempre componentes psíquicos ou espirituais, que são heranças decorrentes da Lei de causa e efeito, procedentes de vidas transa­tas, que imprimiram nos genes os fatores propiciado­res para a instalação dos distúrbios na área da saúde.
A vida moderna, geradora de estresses e angústi­as, por sua vez também desencadeia mecanismos de ansiedade e de fobias várias, que desgastam os núcleos do equilíbrio psicológico com lamentáveis disfunções dos equipamentos físicos.
As pressões contínuas que decorrem do trabalho, dos compromissos sociais, das necessidades econômi­cas, da tensão emocional e dos impositivos psíquicos, desestabilizam o ser humano, que se torna vítima fácil de falsas necessidades de fugas, como recurso de bus­car a paz, engendrando comportamentos autodestruti­vos.
Desequipado psicologicamente para os enfrenta­mentos incessantes e sentindo-se incapaz para acom­panhar e absorver o desenvolvimento tecnológico e toda a parafernália dos divertimentos que induzem ao consumismo rigoroso e insensato, o indivíduo de tem­peramento tímido perturba-se, desistindo de pros­seguir, ou se engaja na loucura generalizada, auto-destruindo-se igualmente através da excitação e da insatisfação, da competitividade com os seus inter­valos de fastio e amargura, buscando, nos alcoólicos, no tabaco, no sexo e nas drogas os estímulos e as com­pensações para substituírem o cansaço, o tédio e a saturação diante do que já haja conseguido.
A velocidade que assinala os acontecimentos ho­diernos supera as suas resistências emocionais, e dei­xa-se conduzir, a princípio, sem dar-se conta do exces­so da carga psíquica, para depois automatizar-se, sem reservar-se períodos para o auto-refazimento, para a renovação, para o encontro consigo mesmo e uma aná­lise tranqüila das metas em desenvolvimento, elabo­rando e seguindo uma escala de valores legítimos, a fim de não consumir as horas e as forças nas buscas impostas pelo contexto social, no qual se encontra, e que não lhe correspondem às aspirações íntimas.
A existência terrena é portadora de valiosa contri­buição ética, estética, intelectual, espiritual, e não so­mente dos impositivos materiais e das satisfações ligei­ras do ego sem a compensação do Self.
São muitos os mecanismos que levam à autodestruição, dentre os quais, a fadiga pelo adquirir e poder acompanhar tudo, estar envolvido nas armadilhas cri­adas pelo mercado devorador que desencadeia inquie­tação, a quantidade de propostas perturbadoras pela mídia, que aturde, o excesso de ruídos em toda parte, que desorienta, e a superpoluição nos centros urbanos, que desenvolve os instintos violentos e agressivos, eli­minando quase as possibilidades para a aquisição da beleza, do entesouramento da paz, de ensanchas de auto-realização.
O ser humano é a medida das suas aspirações e conquistas, sem o que a mediocridade o vence.
Cada meta desenvolvida propicia a compensação da vitória e o estímulo para novas realizações. Quando isso não ocorre, os insucessos mal interpretados levam-no à desarmonia, da qual procedem os fatores inibido­res para novos tentames com a desistência do esforço e a perda da capacidade para recomeçar.
É justo não se desfalecer jamais. Toda ascensão impõe sacrifício, toda libertação resulta de esforço.
A ruptura das algemas psicológicas responsáveis pelo desprezo de si mesmo, pelo acabrunhamento e autonegação torna-se de urgência, a fim de favorecer a visão clara da realidade e os meios hábeis para bem vivê-la.
Cada momento propicia renascimento, quando se está vigilante para fazê-lo.
Na impossibilidade de mudar-se a vida moderna, melhor explicando, os fatores negativos que conduzem aos conflitos — desde que existem valiosos contributos para a sua valorização, aquisição do seu significado, crescimento interior e progresso individual como geral
— cumpre se criem condições próprias para enfrentá-la, se elaborem programas pessoais para a auto-realização e bem-estar, não se deixando atormentar com as impo­sições secundárias, desde que percam o significado de que desfrutam…
Exercícios físicos e rítmicos — natação, caminhada, ciclismo, de acordo com a eleição de cada qual —, ao lado de exercícios mentais — boa leitura, música inspi­radora, conversações instrutivas, relacionamentos es­timulantes, orações, meditação, ajuda ao próximo — são excelentes terapias para a redescoberta do significado existencial e da vida, aceitando sem estresse as imposições contemporâneas, decorrentes do processo da evo­lução científico-tecnológica.
A existência enriquecida de ideais deve ser utiliza­da mediante os diversos recursos hodiernos para trans­formar o tumulto em harmonia, a doença em saúde e a tendência à autodestruição em prolongamento da vida sob a égide do amor que a tudo deve comandar, inspi­rar e vencer.
Face à sua presença e vitalidade, o mundo se mo­difica e o ser se liberta, plenificando-se.

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